domingo, 27 de abril de 2014

Eu, o santinho






Há muito penso escrever uma crônica com o título acima.
Mas sempre desisti. Escrevendo em jornais estamos expostos a uma vigilância permanente e alguém poderia imaginar que não passo de um debochado ao me dizer um santo, mesmo que no diminutivo. Outros iriam além: eu mergulhara em surto delirante e deveria ser trancafiado, além de expulso desse retângulo que ocupo nessa página a cada quinze dias.
Desisti.
Quer dizer: não desisti, tanto que volto à mesma ideia que me persegue há um bom tempo. Vejamos.
É mais ou menos assim.
Como tenho visto uma quantidade assustadora de pecados nesse mundo de Deus, faço minhas avaliações e concluo que meus pecados – aliás, pecadilhos – são de pequena monta. Até insignificantes. Pobrinhos.
Por exemplo: nunca trafiquei drogas, nunca fiz contrabando, nunca devastei florestas nem falsifiquei remédios que curariam câncer, caspas ou melancolia. E, acima de tudo, nunca matei ninguém, nem mesmo de rir, ou me apossei de dinheiro público, que é de todos e respeito muito.
Ao pensar nessas coisas, lembrei-me da minha primeira comunhão. Era um trabalhão enorme arrolar os pecadilhos de que era capaz, arrumá-los numa ordem decente e sem palavreado chulo, pois não queria causar qualquer assombro aos padres que me ouviam atrás daqueles gradeados do confessionário.
Aliás, eram padres curiosos. Um deles era grandalhão e se limitava a resmungar, a cada pecadilho revelado por mim, um entediado - eis uma palavra apropriada aqui – muxoxo:
- Hum-hum.
E era só. Eu confessava tomando todos os cuidados para não parecer nem afoito nem mentiroso. E ele:
- Hum-hum.
Depois de outros pecadilhos avulsos e inofensivos, eu era liberado com a tarefa de rezar alguns padre-nossos e, sempre, uma ave-maria no arremate.
Havia também um padreco nervoso, de mãos inquietas, que não parava de coçar o queixo. A cada confissão minha, ele repetia:
- Sim. E que mais?
Desconfio que não se chocasse com meus pecadilhos de menino, de tal forma que, estando ele atento do outro lado do gradeado, eu lascava alguns pecadilhos de improviso, pretendendo tornar meu relato mais apimentado. E ele:
- Sim. E que mais?
Um dia, chateado com a falta de impacto de minhas modestas confissões, lasquei uma revelação:
- Minha prima passou o fim de semana lá em casa.
Silêncio. Repeti a frase. E ele:
- Sim. E que mais?
Desisti. Expliquei que brincamos muito, corremos pela rua, jogamos amarelinha na calçada. Fui liberado com um padre nosso e uma ave-maria.
Hoje, ao pensar na minha capacidade de pecar, não encontro nada que se compare aos crimes que ocupam a mídia. Nada de desfalques, administração temerária, suborno ou formação de quadrilhas. Nenhum preconceito ou violência. Nunca matei ninguém. Roubei, mas só laranjas no quintal do vizinho. Creio que sou incapaz de pecar. Minto um pouquinho quando isso agrada ao próximo, pois, como se sabe, sem mentiras é impossível escrever ficção. Não desejo mal a ninguém, exceto a uns canalhas notórios que – até Deus concordaria – merecem uns cascudos.
Enfim, diante dos tempos que correm me sinto quase virginal.




terça-feira, 22 de abril de 2014

Livro infantil de Walmir Ayala brinca com as rimas




Vamos Brincar de Rima?


Walmir Ayala é um autor interminável. Romancista, contista, autor de peças de teatro, crítico de artes plásticas, jornalista, esse gaúcho nascido em Porto Alegre (1933) deixou uma obra imensa em quantidade e em qualidade. Para o público infantil escreveu muitos livros, aos quais se acrescenta mais esse. Uma deliciosa brincadeira com as rimas que por certo agradará aos pequenos leitores. Walmir faleceu 1991, no Rio de Janeiro, onde residia desde 1956.

Pais e avós, estejam atentos e presenteiem seus filhos e netos. Juro que eles vão adorar.
Para adquirir a obra, acesse o site da Editora: http://b4editores.com.br/

Aqui vai uma pequena mostra dessa deliciosa brincadeira com palavras e suas rimas:

ONDE MORA?

Mora a carta no envelope
o botão mora na casa
o pé mora no sapato
o dedo mora na luva
a pulga mora no gato
mora o rato no buraco
mora a pomba no pombal
o cupim mora no pau
o açúcar no açucareiro.

Há coisas que não se sabe
onde poderão morar.
Então vamos inventar?

Onde mora o guarda-chuva?
Onde mora a borboleta?
Onde mora o pinguim?
Onde mora o beija-flor?
E a nota musical?

O peixe mora no mar
a flor mora no jardim
mora a fruta no pomar
mora a abelha na colmeia
mora o fósforo na caixa
mora o tempo na ampulheta
mora o pão na padaria
a lã mora no cordeiro
mora o palhaço no circo
o galo no galinheiro
mora o coração no peito
mora a tinta no tinteiro
o selo mora na carta
mora o quadro na moldura
mora o psiu no silêncio
mora o milho no sabugo
mora no onde a procura.


domingo, 20 de abril de 2014

Gabriel Garcia Márquez






A morte de algumas pessoas nos deixa com a sensação de que perdemos um companheiro de viagem. Elas se tornaram parte de nossas vidas e passaram a nos guiar ou a nos desorientar em momentos decisivos. Garcia Márquez era para mim um desses companheiros de viagem.
Na década de 1970, dois autores me abalaram profundamente: Guimarães Rosa e Garcia Márquez. A leitura de Grande Sertão: Veredas foi para mim um terremoto literário. Garcia Márquez, com Cem anos de solidão, me produziu abalo idêntico, ainda que por razões diversas.
Depois disso, nenhum autor me causou abalo igual.
No dia 17 de abril, quando vim a saber da morte de Garcia Márquez, me passou pela cabeça que a melhor homenagem a se fazer a um escritor é ler sua obra. Bisbilhotei minha biblioteca a procura de seus livros. Entre reler e ler, escolhi ler um de seus livros. Não é uma de suas grandes obras, mas é um livro exemplar.
Trata-se de Relato de um náufrago, que ele escreveu quando jovem jornalista, em 1955, aos 28 anos. Foi publicado em quatorze episódios no jornal El Espectador, de Bogotá. Minha escolha, portanto, foi arbitrária. Tratava-se de um livro que eu havia abandonado na fila de leituras, como fazemos com muitos livros.
O relato é escrito na primeira pessoa, sendo o narrador Luís Alexandre Velasco, o único sobrevivente dos oito marinheiros que foram arremessados ao mar pela carga levada pelo destroier Caldas no dia 28 de fevereiro de 1955. Isso permite ao jovem Garcia Márquez exercitar seus dons de narrador. Notamos ao longo do texto não apenas o jornalista meticuloso e exato, que seguiu com fidelidade o relato de Alexandre Velasco, mas também o escritor que sabe dar a coloração precisa a uma cena. Aqui e ali cintilam expressões que podemos relacionar com o que esse mago da escrita faria anos depois.
A história é assombrosa. O destroier da marinha colombiana viajava de Mobile, no Alabama, a Cartagena quando foi surpreendido por fortes ventos, cerca de duas horas antes de chegar a seu destino. Na versão oficial do governo colombiano, teria havido uma tormenta que jogara os marinheiros ao mar. Alexandre desmentiu: “Não houve tormenta alguma”. Os ventos fortes fizeram com que a carga empilhada no navio se deslocasse, arremessando os marinheiros ao mar. Era carga proibida em destroieres: geladeiras, fogões, televisores, máquinas de lavar – em resumo, contrabando. Por conta do excesso de peso, o navio não pode voltar para socorrer os possíveis sobreviventes.
Mas Alexandre salvou-se. Agarrou-se a um bote que despencou no mar, tentou inutilmente salvar seus companheiros e passou dez dias à deriva, lutando contra a violência das ondas e sofrendo ataque de tubarões. Sem água e sem qualquer comida, ficou com o corpo em chagas, castigado pelo sol. Conseguiu pegar uma gaivota, mas não teve coragem de comê-la – um marinheiro não mata uma gaivota, lhe ensinara um amigo. Ele a matou, mas não comeu. Quando afinal consegue pegar um peixe e come um pouco de sua carne, se descuida ao lavá-lo na água – foi o que bastou para que um tubarão arrancasse o peixe de suas mãos. Um pouco mais e levaria seu braço.
O que é notável é que o texto não esconde nada desde o início. Já sabemos o que acontecerá, quando acontecerá, quantos dias ficará perdido no mar e que, ao final, alcançará terra firme. O suspense, portanto, lembra Hitchcock: os leitores sabem o que irá acontecer, mas o personagem não sabia. E essa tensão é mantida até a linha final. Nisso Garcia Márquez já se mostra um mestre da narrativa.
O conteúdo humano é notável. Trata-se da luta pela sobrevivência, da luta pela vida de uma forma direta, crua, sem retoques. Luta contra o medo, contra o mar revolto, o terror da noite, a impiedade do sol abrasador, a sede infernal, a fome corroendo suas entranhas. Nesse sentido, esse livro se junta a relatos ficcionais ou não que mostram a capacidade que mal suspeitamos que o ser humano possa revelar em situações extremas. Alexandre, depois de dez dias de flagelo, desfalecido no fundo do bote e pedindo para morrer, ainda encontra forças para nadar dois quilômetros quando avista a terra. Um épico, portanto.
Para o governo do general Gustavo Rojas Pinilla – ditador da Colômbia entre 1953 e 1957, responsável por assassinatos em massa – o retorno de Alexandre foi um meio de fabricar um herói nacional. Foi levado a fazer palestras, gravou propagandas da marca do relógio que trazia no pulso e que não sofreu danos, do sapato que resistiu a suas tentativas de comê-lo. Usado, Alexandre seria em seguida abandonado à própria sorte. Foi quando decidiu vender sua história, a verdadeira, para El Espectador. Garcia Márquez, “repórter de plantão”, foi escalado para entrevistá-lo e produzir a matéria.
Saiu-se com um texto exemplar de jornalismo e de construção literária, embora não seja uma obra excepcional – mas isso Garcia Márquez faria mais tarde várias vezes.
E esse detalhe não escapou a seu humor refinado. No prefácio, ironizando a insistência dos editores para que o texto fosse publicado em livro, ele anota: “Causa-me depressão a ideia de que aos editores não interessa tanto o mérito do texto como o nome que o assina, que, para desgosto meu, é o de um escritor da moda”.
Tinha também esse lado demolidor: das mentiras dos ditadores, o que lhe custou o exílio, e das patifarias dos editores que viam nele um produtor de cifrões, o que lhe causou chateações ao longo da vida.



terça-feira, 15 de abril de 2014

Árvore ergue os braços e se entrega, o coração sangrando



Tirei a foto acima no dia 13, domingo passado, quando fazia minha caminhada habitual pela rua Cecília Meireles - que entre nós, caminhantes, chamamos de Caminho de Santa Cecília. A árvore estava lá, de braços erguidos, o coração sangrando.

domingo, 13 de abril de 2014

O túnel, o trem, a filosofia




A turma de filosofia era composta por uns vinte e poucos alunos ou, no ato falho cometido por uma aluna: “éramos umas oito moças, uns doze rapazes e mais uns nove seminaristas”.
O professor era padre João Zelesny. Figura inesquecível. Grandalhão. Sempre com a mesma batina negra e surrada, lavada com pouca frequência. Suava muito. Trazia um lenço amarrotado nas mãos com o qual enxugava o rosto, assoava o nariz e apagava o quadro negro na falta de um apagador nas redondezas. Sólido exemplar iugoslavo que enfiara cabeça adentro a filosofia de Tomás de Aquino, defendida contra tudo e contra todos.
Entrava na sala dando um bom dia feroz e se plantava no alto do estrado. De onde lascava, fazendo o sinal da cruz:
- Em nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo!
E todos rezavam o Pai Nosso.
Era o início do curso de Ontologia e eu havia faltado às duas primeiras semanas de aula. Não conhecia o professor e fui o único a não ficar de pé de imediato. Levantei aos poucos, incrédulo e incréu, sem entender aquela oração num curso de filosofia.
Terminada a oração, fazia a chamada e despejava um esquema tomista no quadro. Desenvolvia a aula com a aflição avassaladora da qual só sujeitos grandalhões são capazes.
Era respeitado, mesmo pelos que discordavam dele. Defendia com competência e honestidade suas crenças. Passamos por um ano de filosofia aristotélico-tomista.
Certo dia João Zelesny surgiu na classe com uma novidade. Era uma publicação mimeografada (aos jovens informatizados de hoje, explico: cópias produzidas num aparelho pré-diluviano chamado mimeógrafo, precursor das atuais impressoras). Não me lembro do autor; os textos levavam o título de “O alcance metafísico dos sentidos”.
Eram textos ótimos. Reflexões fenomenológicas sobre os cinco sentidos que ao final eram conciliadas com o tomismo, é claro.
Por exemplo, o olhar. Vemos os outros, mas também nos mostramos ao olhar. Percebemos se o outro nos entende ou respeita, mas também se o outro lê em nossos olhos o que sentimos. A audição: ouvimos o outro e esse é o sentido mais generoso. Damos ao outro o direito de falar, respeitamos quem ele é. Esse capítulo do ouvir foi o que mais me impressionou, pois muitos gostam de falar e poucos de ouvir. O ouvir é generoso e paciente – ao contrário do falar que costuma ser ególatra e alheio ao que o outro sente ou pensa.
Se não estou inventando, era isso. As reflexões fechavam com a fórmula:
- Os sentidos são uma abertura para o outro!
O outro e a abertura estavam na moda.
- A Filosofia é uma abertura para o mundo!
Certo dia padre João entrou na sala e no quadro negro havia um desenho esquemático: um trilho entrando numa ogiva. Abaixo, em letras garrafais:
- O túnel é uma abertura para o trem!
Esbravejou de todos os modos que sua condição religiosa permitia e saiu da sala exigindo que o culpado se apresentasse.
Não creio que tenha se apresentado. Sei que o culpado se tornou monge beneditino conhecido por sua atuação pastoral. Além da prática política, é claro. Mas não digo seu nome. Delação é um crime muito feio, já ensinava são Tomás de Aquino.





quarta-feira, 9 de abril de 2014

Todos torcem pelo mais fraco, menos os comentaristas de futebol





Em qualquer briga, luta, disputa, encrenca de vizinhos, bate-boca de condomínio, briga de rua ou de marido e mulher, pega entre dois vira-latas de rua ou entre dois brutamontes num ringue, ocorre um fenômeno universal: qualquer sujeito normal torce pelo mais fraco.
Não é assim no futebol, ao menos por parte dos narradores e comentaristas.
Os exemplos são muitos, o mais óbvio sendo a pecha de time “pequeno”. Dia desses, o Ituano derrotou o Santos e vai para a final com vantagem. Antes, derrubou os “grandes” Palmeiras e São Paulo, além de deixar o Corinthians para trás. No entanto, continua sendo tratado como “time pequeno”, enquanto que os outros três são “times grandes”.
O Ituano é um clube que poderá ser chamado de modesto, do interior, de baixo orçamento e até mesmo de clube pequeno. Agora, se esse time vence e chega a uma final, se derrota adversários por seus próprios méritos, jogando bem e de forma competente, não é pequeno. É, no mínimo, um bom time de futebol.
No entanto, narradores e comentaristas, às vésperas de um confronto entre “pequenos” e “grandes” gastam o tempo anunciando a superioridade do grande que, por isso, é o favorito que só será derrotado se der zebra. Durante a partida, eles não cansam de sugerir o que o “grande” deveria fazer para ganhar o jogo. Quando o “grande” começa a afundar, eles sugerem mudanças, acham que o “grande” deveria fazer entrar esse ou aquele jogador e, como aconteceu depois do jogo entre Ituano e São Paulo, surge alguém dizendo que:
- Time que não ganha do Ituano vai ganhar de quem?
Pois é. Além disso, gastam tempo analisando os orçamentos dos times, quanto ganham seus jogadores, notam que o craque do “grande” ganha mais do que o time inteiro do “pequeno”.
Nessa lógica cegueta, o grande é o de maior orçamento e deveria ganhar sempre.
E os comentaristas gastam a paciência e o tempo dos ouvintes “analisando” as razões pelas quais o grande perdeu. Ora, que tal analisar o modo como o time vencedor jogou? Que tal indicar quais, no vencedor, são os jogadores chave e por qual razão? Que tal demonstrar que o vencedor teve um preparo físico melhor, ou um esquema de jogo melhor, ou mais vontade de ganhar? Que tal imaginar que a defesa ou o ataque do grandão não funcionou porque a defesa do pequeno foi eficiente por isso ou por aquilo?
Daí a conclusão: time tido como grande ou ganha ou perde ou empata. Jamais é vencido. Já o time chamado de pequeno só perde; se marcar mais gols do que o adversário, foi o grande que perdeu.
O futebol é parte da vidinha que levamos e não poderia ser diferente dela, poderíamos pensar. Não concordo. O futebol, sendo um jogo que simula uma guerra, poderia perfeitamente se colocar acima dessa lógica frouxa. O chamado pequeno muitas vezes ganha. Sou de uma geração que assistiu ao vivo e a cores os poderosíssimos Estados Unidos da América do Norte serem derrotados pelos nanicos vietnamitas.
Os comentaristas poderiam – abandonando essa dualidade grande x pequeno – ser mais inteligentes e analisar o que ocorre dentro das chamadas quatro linhas. Quem jogou melhor, quem se preparou adequadamente, quem se empenhou mais, quem teve mais sorte – que é parte do jogo - quem mereceu ganhar. Seja grande ou pequeno.
 Ajudariam a abandonarmos a ideia equivocada de que, seja qual for o jogo, o grande deve predominar. Isso melhoraria a inteligência a respeito do jogo. Torcer é coisa da torcida, é a alma da torcida, a sua paixão. Jornalistas deveriam agir não com a paixão, mas com o cérebro.
No Brasil isso se complica e me atrevo a lembrar da distinção feita por Sérgio Buarque de Holanda, que desenvolveu uma afinada – e muito mal entendida – interpretação a respeito do caráter brasileiro. Disse ele que o brasileiro é um povo cordial – o que foi entendido erradamente como um povo pacífico, de paz, submisso etc.
Nada disso. Cordial, explicou o Sérgio Buarque de Holanda, vem do latim cor/cordis, que significa coração. Nós teríamos a tendência de agir pelo coração, pela cordialidade, deixando-nos levar pela emoção – o que pode conduzir a extremas violências ou injustiças, é bom saber. Já outros povos, digamos o inglês – ou pelo menos o Sherlock Holmes... – agem pela razão.
Mesmo um jornalista teria algo a aprender lendo Raízes do Brasil. Insistir em torcer para os “grandes” é incompetência e, no mínimo, suspeito. O que importa, dizem os boleiros, é o jogo jogado.
Advirto: não sou torcedor do Santos nem do Ituano, embora tenha espontânea simpatia pelo time da Vila. Afinal, sou de uma geração que viu Pelé ao vivo e a cores. A verdade é que o Ituano ganhou e o Santos perdeu. Nessa partida o “grande” teria sido o Ituano, houvesse grande.
O resultado da final, no dia 13, domingo próximo, será outra história.
Ou não.